19 de set. de 2009

SKITCHIN

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por Flavio Barboni




Produção: Eletronic Arts Ltd.
Desenvolvimento: Eletronic Arts Ltd.
Jogadores: 1-2
Site: ea.com

Um game politicamente incorreto surge nos primórdios da caça às bruxas aos jogos violentos.



Lançado em 1994 pela Eletronic Arts exclusivamente para o Mega Drive, Skitchin’ foi um jogo de patins inline que utilizava a engine de Road Rash e capturou toda a essência cultural do começo da década passada. O game tem bons gráficos para a época, trilha sonora impecável e traz muita diversão. Apesar do sucesso comercial, principalmente nos EUA e Europa, não teve seqüência.



O termo Skitchin’ é uma gíria ianque para Skating Hitching, algo como “pegar carona deslizando”, em português. O nome sinaliza que o game incorpora todos os componentes da cultura pop de seu tempo. Inline, grafite, grunge, visual largadão, cultura de rua, rachas, tudo no melhor estilo “Saia da escola e caia na estrada”. Elementos que atualmente transformam o jogo numa espécie de retratação dos EUA do começo dos anos 1990.



O enredo é bem simples, você é um blader – uma das alcunhas dadas à quem anda de patins inline – que se envolve num campeonato entre gangues por toda América do Norte, passando por todas as grandes cidades. Para começar a jogar, basta dar nome ao blader e seguir para a corrida.



Assim como em Road Rash, vencer rende dólares, e para conseguir esse fim vale tudo. Combater os rivais com chaves de fenda, correntes, tacos de baseball, teasers e até mesmo com os punhos. Também é possível ‘pegar na rabeira’ dos veículos para adquirir mais velocidade. Só os cinco primeiros em cada estágio passam para a próxima fase.




Perigo à vista

Aliás, os veículos são os grandes protagonistas do game. Porém, eles também têm um papel antagônico. Na maior parte do tempo, o jogador se verá duelando e desviando de carros, motos, furgões, caminhões, entre outros. Nem todos os motoristas são complacentes com os bladers, em alguns momentos, eles simplesmente vão freiar o carro fazendo o jogador cair, perder energia preciosa e colocar band-aid no lugar das joelheiras e canelereiras.




Pelo percurso, o jogador encontra vários obstáculos que podem ser utilizados para adquirir pontos por manobras bem executadas como rampas, placas de trânsito e montes de areia ou terra – nem todos são superáveis e resultarão em dor e sofrimento. Manobras, combates e outras peripécias também rendem dinheiro, que pode ser investido em novos inlines e equipamentos de proteção.



Obviamente, a policia não aprova nem um pouco esses campeonatos ilegais e ficará ‘na cola’ durante quase todo o jogo. Se durante a perseguição, o blader cair pelo caminho, vai ‘em cana’. O dinheiro também serve para pagar a fiança e sair da cadeia, para continuar competindo. Naturalmente, é game over quando o jogador ficar sem as ‘verdinhas’ para substituir um inline ou pagar a fiança.



Cada fase é uma cidade norte-americana. O destaque fica pelo visual estereotipado de cada uma. Os backgrounds foram desenhados de maneira bem característica e contam com pontos turísticos específicos. Canteiros, grama, imóveis e até o tráfego variam de uma cidade para outra. É fácil reconhecer Nova Iorque, São Francisco, Miami, Washington, Toronto, Seattle, entre outras.




É ritmo de festa... E pancadaria!

Por falar em Seattle, está talvez seja a maior inspiração para um dos pontos marcantes de Skitchin’: a trilha sonora. Composta por Jeff van Dyck, autor das trilhas da maioria dos games da EA nos anos 1990, as músicas bebem da fonte do grunge, rock alternativo, punk e metal de bandas como Nirvana, Faith No More, Alice In Chains, Pantera, Anthrax e Rancid, entre outras. Utilizavam todo o “poder” do Yamaha YM2612 – sintetizador do Mega Drive – com guitarras, baixo e baterias bem sintetizados e capazes de despertar toda a energia necessária que o game traz.
Os efeitos sonoros também são caprichados, apesar de bastante distorcidos (algo comum no 16 bits da Sega). A voz marcante que grita “Skitchin’! Yeah!” na tela de abertura é inesquecível. Sons de buzinas, carros de policia, socos e colisões foram trabalhados de maneira caricata, o que acrescenta uma dose de humor ainda maior ao jogo.




Vandalizando com os amigos

Outro fator-chave para o sucesso do game, foi o modo multiplayer que prolonga – e muito – as horas de diversão. É possível jogar o modo principal com tela dividida. Neste modo, se pode trabalhar em conjunto ou apenas ser mais um rival do outro jogador, atrapalhando a vida dele ao máximo.



Se a intenção for apenas relaxar, é possível jogar um head-to-head em qualquer cidade do game. Lá é um jogador contra outro, numa partida bastante rápida. Outro modo multiplayer é o Alternating, nele cada um joga de uma vez em tela cheia, de maneira alternada. Serve mais para comparação de resultados do que para duelar com outro jogador.
Também é possível montar um torneio com 8 bladers. Cada um pode ser renomeado e então, se enfrentam dois jogadores por vez, num esquema de mata-mata. No começo são quatro chaves e vai afunilando até o melhor (ou mais sortudo) ser sagrado o rei das ruas.



Pra não dizer que só falei das flores

Claro que nem tudo são flores, no multiplayer, o framerate tem uma queda significativa. A tela também fica pequena demais, pois o dashboard ocupa metade do espaço e em algumas vezes é impossível ver algum obstáculo ou veículo, devido às variações de terreno. Quando se ouve a buzina do carro se aproximando é tarde demais e o blader estará estirado no chão em questão de segundos.
Em qualquer modo, são comuns algumas colisões com ‘o nada’, apenas por diversão o blader simplesmente tropeça e cai, como se tivesse colidido com algum objeto, perdendo preciosa energia. Os cenários apresentam vários glitches, em certos momentos, que desfiguram completamente alguns objetos, como o background e algumas casas.



Naqueles tempos sem ganância

Apesar dos defeitos, Skitchin’ cumpre a função de ser um game divertido, atraente e bem contemporizado à época que foi produzido. Inexplicavelmente, nunca se teve notícias ou sequer rumores de seqüências, diferentemente do seu irmão mais velho, Road Rash, que foi destruído com o passar dos anos com jogos horríveis.
Skitchin’ também pode ser visto como uma obra que mostra como a EA se tornou o multimilionário conglomerado atual: incorporando bem o contexto na qual estava inserida na hora de pensar seus games.

by Flavio Barboni

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8 Comentários para SKITCHIN

19/09/2009, 13:55

Parabéns pelo blog. Muito maneiro...

Mega-Drive sem dúvida o melhor video-game de todos os tempos

21/09/2009, 08:33

obrigado antonio...

obs: joguei esse jogo ontem,é muito legal mesmo

21/09/2009, 11:07

Hey Chan! Valeu por ter publicado, só quero ver alguém ter paciência de ler tudo isso né? hahahaha

PS: O jogo é muito legal! Sonho com uma nova versão dele!

21/09/2009, 12:05

que isso amigo, se tiver outro, manda pra min!
eu li tudo cara...
e tomara mesmo que saia uma nova versão, é bemlegal!

Anônimo
20/09/2010, 13:50

realmente..otimo suas descricoes sobre o contexto
este jogo marcou muito minha infancia!!!
infelizmente nao tinha dinheiro para comprar outras fitas e alugar fica muito caro...!!!rs

parabens cara fex um otimo trabalho!!!

Anônimo
31/08/2011, 20:57

Cad~e o DOwnload

wagner
08/03/2012, 20:31

como faço para jogar ??? me respondão wagneranjoo@hotmail.com

Anônimo
11/06/2015, 09:05

gente akabei de achar onde jogar online
http://game-oldies.com/play-online/skitchin-sega-genesis#
jogo muito bom, otima postagem do nosso parceiro aki.
procurei por dias,uma nova versao não seria nada mal msm.
se alguem solber onde baixar estamos aki weller.chaves@outlook.com

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