por Flavio Barboni
Produção: Eletronic Arts Ltd.
Desenvolvimento: Eletronic Arts Ltd.
Jogadores: 1-2
Site: ea.com
Um game politicamente incorreto surge nos primórdios da caça às bruxas aos jogos violentos.
Lançado em 1994 pela Eletronic Arts exclusivamente para o Mega Drive, Skitchin’ foi um jogo de patins inline que utilizava a engine de Road Rash e capturou toda a essência cultural do começo da década passada. O game tem bons gráficos para a época, trilha sonora impecável e traz muita diversão. Apesar do sucesso comercial, principalmente nos EUA e Europa, não teve seqüência.
O termo Skitchin’ é uma gíria ianque para Skating Hitching, algo como “pegar carona deslizando”, em português. O nome sinaliza que o game incorpora todos os componentes da cultura pop de seu tempo. Inline, grafite, grunge, visual largadão, cultura de rua, rachas, tudo no melhor estilo “Saia da escola e caia na estrada”. Elementos que atualmente transformam o jogo numa espécie de retratação dos EUA do começo dos anos 1990.
O enredo é bem simples, você é um blader – uma das alcunhas dadas à quem anda de patins inline – que se envolve num campeonato entre gangues por toda América do Norte, passando por todas as grandes cidades. Para começar a jogar, basta dar nome ao blader e seguir para a corrida.
Assim como em Road Rash, vencer rende dólares, e para conseguir esse fim vale tudo. Combater os rivais com chaves de fenda, correntes, tacos de baseball, teasers e até mesmo com os punhos. Também é possível ‘pegar na rabeira’ dos veículos para adquirir mais velocidade. Só os cinco primeiros em cada estágio passam para a próxima fase.
Perigo à vista
Aliás, os veículos são os grandes protagonistas do game. Porém, eles também têm um papel antagônico. Na maior parte do tempo, o jogador se verá duelando e desviando de carros, motos, furgões, caminhões, entre outros. Nem todos os motoristas são complacentes com os bladers, em alguns momentos, eles simplesmente vão freiar o carro fazendo o jogador cair, perder energia preciosa e colocar band-aid no lugar das joelheiras e canelereiras.
Pelo percurso, o jogador encontra vários obstáculos que podem ser utilizados para adquirir pontos por manobras bem executadas como rampas, placas de trânsito e montes de areia ou terra – nem todos são superáveis e resultarão em dor e sofrimento. Manobras, combates e outras peripécias também rendem dinheiro, que pode ser investido em novos inlines e equipamentos de proteção.
Obviamente, a policia não aprova nem um pouco esses campeonatos ilegais e ficará ‘na cola’ durante quase todo o jogo. Se durante a perseguição, o blader cair pelo caminho, vai ‘em cana’. O dinheiro também serve para pagar a fiança e sair da cadeia, para continuar competindo. Naturalmente, é game over quando o jogador ficar sem as ‘verdinhas’ para substituir um inline ou pagar a fiança.
Cada fase é uma cidade norte-americana. O destaque fica pelo visual estereotipado de cada uma. Os backgrounds foram desenhados de maneira bem característica e contam com pontos turísticos específicos. Canteiros, grama, imóveis e até o tráfego variam de uma cidade para outra. É fácil reconhecer Nova Iorque, São Francisco, Miami, Washington, Toronto, Seattle, entre outras.
É ritmo de festa... E pancadaria!
Por falar em Seattle, está talvez seja a maior inspiração para um dos pontos marcantes de Skitchin’: a trilha sonora. Composta por Jeff van Dyck, autor das trilhas da maioria dos games da EA nos anos 1990, as músicas bebem da fonte do grunge, rock alternativo, punk e metal de bandas como Nirvana, Faith No More, Alice In Chains, Pantera, Anthrax e Rancid, entre outras. Utilizavam todo o “poder” do Yamaha YM2612 – sintetizador do Mega Drive – com guitarras, baixo e baterias bem sintetizados e capazes de despertar toda a energia necessária que o game traz.
Os efeitos sonoros também são caprichados, apesar de bastante distorcidos (algo comum no 16 bits da Sega). A voz marcante que grita “Skitchin’! Yeah!” na tela de abertura é inesquecível. Sons de buzinas, carros de policia, socos e colisões foram trabalhados de maneira caricata, o que acrescenta uma dose de humor ainda maior ao jogo.
Vandalizando com os amigos
Outro fator-chave para o sucesso do game, foi o modo multiplayer que prolonga – e muito – as horas de diversão. É possível jogar o modo principal com tela dividida. Neste modo, se pode trabalhar em conjunto ou apenas ser mais um rival do outro jogador, atrapalhando a vida dele ao máximo.
Se a intenção for apenas relaxar, é possível jogar um head-to-head em qualquer cidade do game. Lá é um jogador contra outro, numa partida bastante rápida. Outro modo multiplayer é o Alternating, nele cada um joga de uma vez em tela cheia, de maneira alternada. Serve mais para comparação de resultados do que para duelar com outro jogador.
Também é possível montar um torneio com 8 bladers. Cada um pode ser renomeado e então, se enfrentam dois jogadores por vez, num esquema de mata-mata. No começo são quatro chaves e vai afunilando até o melhor (ou mais sortudo) ser sagrado o rei das ruas.
Pra não dizer que só falei das flores
Claro que nem tudo são flores, no multiplayer, o framerate tem uma queda significativa. A tela também fica pequena demais, pois o dashboard ocupa metade do espaço e em algumas vezes é impossível ver algum obstáculo ou veículo, devido às variações de terreno. Quando se ouve a buzina do carro se aproximando é tarde demais e o blader estará estirado no chão em questão de segundos.
Em qualquer modo, são comuns algumas colisões com ‘o nada’, apenas por diversão o blader simplesmente tropeça e cai, como se tivesse colidido com algum objeto, perdendo preciosa energia. Os cenários apresentam vários glitches, em certos momentos, que desfiguram completamente alguns objetos, como o background e algumas casas.
Naqueles tempos sem ganância
Apesar dos defeitos, Skitchin’ cumpre a função de ser um game divertido, atraente e bem contemporizado à época que foi produzido. Inexplicavelmente, nunca se teve notícias ou sequer rumores de seqüências, diferentemente do seu irmão mais velho, Road Rash, que foi destruído com o passar dos anos com jogos horríveis.
Skitchin’ também pode ser visto como uma obra que mostra como a EA se tornou o multimilionário conglomerado atual: incorporando bem o contexto na qual estava inserida na hora de pensar seus games.
by Flavio Barboni
8 Comentários para SKITCHIN
Parabéns pelo blog. Muito maneiro...
Mega-Drive sem dúvida o melhor video-game de todos os tempos
obrigado antonio...
obs: joguei esse jogo ontem,é muito legal mesmo
Hey Chan! Valeu por ter publicado, só quero ver alguém ter paciência de ler tudo isso né? hahahaha
PS: O jogo é muito legal! Sonho com uma nova versão dele!
que isso amigo, se tiver outro, manda pra min!
eu li tudo cara...
e tomara mesmo que saia uma nova versão, é bemlegal!
realmente..otimo suas descricoes sobre o contexto
este jogo marcou muito minha infancia!!!
infelizmente nao tinha dinheiro para comprar outras fitas e alugar fica muito caro...!!!rs
parabens cara fex um otimo trabalho!!!
Cad~e o DOwnload
como faço para jogar ??? me respondão wagneranjoo@hotmail.com
gente akabei de achar onde jogar online
http://game-oldies.com/play-online/skitchin-sega-genesis#
jogo muito bom, otima postagem do nosso parceiro aki.
procurei por dias,uma nova versao não seria nada mal msm.
se alguem solber onde baixar estamos aki weller.chaves@outlook.com
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